domingo, 29 de agosto de 2010

Sábado.

Ontem fui ao Jam no Mam, um evento que acontece todo sábado no Solar do Unhão. Legal. Música de qualidade, o bom e velho Jazz, e o povinho de "sempre".
Na volta para casa, peguei um ônibus e fiquei observando o desce e sobe de gente num começo de sábado badaladíssimo. Mombojó no Pelourinho, efervescência cultural no Rio Vermelho, partido-alto, rock, eletrônico - o acarajé de Dinha sempre na linha -, Porto bombando, e eu indo para casa às 22:00 hs. Não sou muito de dar virote, acabo voltando logo cedo e talvez  perca grande parte do "sacodimento" do sábado soteropolitano.
Entrei no ônibus vendo aquela agonia toda e meu olho bateu diretamente sobre um menino/garoto/rapaz. Ele estava sentado lá na frente na janela, atrás dele dois amigos, uma moça e um outro rapaz, pareciam não ser velhos conhecidos, mas amigos. O garoto virava o rosto para trás, quase num contorcionismo, para não deixar o papo voar, para não ser mal educado.
Fiquei com pena, ele ficava com uma cara de dar dó, virando, se contorcendo. O papo não parecia estar nada interessante e vi que estava doendo muito o seu pescoço. Puxa... Não me contive: eu ri. Não deveria - não por ele, a situação era mesmo engraçada, mas por mim, rindo sozinha no ônibus. Peguei rápidamente o celular e ainda não contendo o riso, fingi estar rindo de mensagens recebidas.
Enquanto eu ria de cá, o garoto virava seu corpo para manter a educação, não incomodar quem estava ao seu lado, se fazer presente no papo com sorriso amarelo, provavelmente da dor a que estava submetido.
É provável que eu tomasse atitude igual numa situação dessa. Deveria-se usar a boa educação para pedir licença e virar, alegar estar com o pescoço doendo.
Ah, maldito bom senso!

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