segunda-feira, 19 de março de 2012

[Da Casa das Crônicas] Minha mãe queimou a mão

Pois bem, como diz o título, minha mãe queimou a mão. Não ficou a salvo do ferro de passar roupas, e não foi por falta de aviso. Ontem eu cortei o dedo e foi pelo mesmo motivo. Não jogaram "macumba", - como dizem - nada disso. Foi falta de concentração e muita pressa.

Esses dias eu comentei com minha mãe sobre minha teoria a respeito do ditado "a pressa é inimiga da perfeição". Concordei, em parte, com o ditado, fazendo uma breve mudança. Como para mim, mesmo com calma, tudo tem a possibilidade de dar errado, acho mais cabível de que a pressa é inimiga da concentração. Afinal de contas, você pode trabalhar rápido e concentrado, o que não siginifica estar com pressa. E trabalhar com calma e sem concentração, o que não significa que vai dar certo. Pressa e rapidez são coisas diferentes. Rapidez é ritmo, pressa é confusão e medo.

Não dá pra se concentrar quando se tem pressa. A única coisa que se deseja é ter dez braços e conseguir fazer coisas com os pés e os cílios, se for possível, simultaneamente. E aí é que começa a loucura. Mamãe quando está com pressa fica nessa dos dez braços e sempre acontece o resultado dessa inimizade entre pressa e concentração. Disse a ela, que agindo com pressa, ela não pode se concentrar, acaba sempre acontecendo um bando de coisas inusitadas no caminho e ela terá de voltar para colocar tudo lugar. Leva mais tempo do que se tudo fosse feito com calma e concentração.


Esta manhã ela, com pressa, sentiu que uma camiseta não havia secado bem ao sol e resolveu passá-la com o ferro à MÃO. É... quem tem pressa tem dessas coisas. E no seu ato de irreverência, "chapou" a palma da mão no ferro. Estava pensando e falando de outras coisas, não estava concentrada, muito menos calma. Preocupada, corri para dar-lhe compressas de gelo, e ela, que queria sair em trinta minutos, saiu em uma hora, isso se eu estiver sendo muito bondosa.

Com a compressa de gelo na mão, ela começou a rir e me chamou dizendo que eu havia falado com ela há poucos dias sobre meu desdobramento em torno do ditado. Ria e lamentava, ria e lamentava. Ria, lamentava, esbravejava. Prontamente mostrei-lhe o corte de meu dedo, que ocorreu ontem, quando eu estava com pressa para sair. Rimos juntas quando disse que meu discurso nunca poderia livrar-me do sistema. Estávamos juntas na dor e na pressa. Já combinamos que agora tentaremos um yoga, pilates, meditação. Quem sabe resolve... Só não podemos nos atrasar. Eita...